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História

Documentos antigos das faculdades superiores que formaram a UFU são descobertos no Setor de Arquivo

Arquivista destaca a importância do achado para a memória dos cursos iniciais da Universidade Federal de Uberlândia

Publicado em 25/04/2024 às 10:50 - Atualizado em 13/05/2024 às 08:55

Documento referente à doação de imóvel para instalação da Faculdade Federal de Engenharia. (Foto: Milton Santos)

Os arquivistas do Setor de Arquivo da Divisão de Documentação (Searq/Didoc) da Prefeitura Universitária da Universidade Federal de Uberlândia (Prefe/UFU) descobriram um acervo histórico que contém arquivos e documentos da época da formação da universidade. Entre os achados, estão atas, fotos e outros documentos de faculdades, como a de Medicina e Direito - que haviam começado no final da década de 1950 e início de 60, a maioria de caráter privado - e Engenharia - que já possuía caráter federal desde o início. Segundo Romes Cunha, que trabalha no Setor de Arquivo, a documentação que estava perdida conta a história da universidade desde o princípio e, também, a história do ensino superior em Uberlândia. 

As antigas faculdades superiores de Uberlândia se reuniram no final da década de 1960 para formar a Universidade de Uberlândia (UnU), que se federalizaria em 1978, tornando-se a Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Nessa época, os cursos passavam por um processo de reconhecimento que era realizado na cidade e, depois, era passado para o Ministério da Educação.

Cunha exemplifica com uma ata de uma reunião de médicos, que discutiram, na época, a possibilidade da criação de uma escola de Medicina na cidade. “Além de contar a história da universidade, eles contam também um pouco do cotidiano da cidade de Uberlândia da década de 50 em diante”, afirma o arquivista. Sobre a motivação para se montar tal acervo, ele diz que foi uma surpresa para os arquivistas, pois o setor não continha nenhuma dessas documentações históricas: “O nosso arquivo, basicamente, é um arquivo de fase intermediária dos documentos. Da fase permanente, que é essa que ficará aqui, nós não tínhamos nada. E agora, que encontramos isso, estamos trabalhando nesse fundo permanente que o arquivo terá dos documentos históricos.”

Depois de catalogar os documentos, o setor planeja digitalizar e disponibilizar o material de maneira on-line, em um software gratuito da comunidade arquivística internacional chamado AtoM, tanto para a comunidade interna quanto externa. “Vai estar disponível para todo mundo. A pessoa pode ver o documento na íntegra, sem precisar mexer nos físicos, que estão bem sensíveis à luz e ao toque, por não terem sido acomodados da forma correta. Então, disponibilizando on-line, será uma forma de mantê-los por muito tempo e a pessoa terá um acesso total de qualquer lugar”, conta Cunha.

 

Pesquisa e memória institucional

Arquivista segurando, sobre a mesa, um livro de registros antigos
Disponibilização virtual permite que o pesquisador tenha acesso ao acervo sem comprometê-lo fisicamente. (Foto: Milton Santos)

A respeito da relevância da descoberta desse acervo para a comunidade da UFU, Cunha aponta para a criação de uma memória institucional da universidade que servirá para o conhecimento de todos e para pesquisa. Os documentos sobre a formação dos cursos são relevantes para a preservação de uma memória referente a eles, o que pode contribuir também para estudos, principalmente de alunos da UFU. “É importante para cada curso ter a memória de como foi criado seu curso e também para a questão de pesquisa. A gente já teve alguns pesquisadores aqui procurando essa documentação, pessoal que estava fazendo mestrado ou doutorado, querendo entender, por exemplo, o porquê da criação da Faculdade de Direito”, revela.

A descoberta também é relevante para a comunidade externa que busca conhecer mais sobre a Uberlândia da década de 1950, principalmente em relação à época em que foram constituídas as primeiras escolas de ensino superior. Dessa forma, os arquivos podem ser usados para estudos sobre o contexto vivido pela cidade naquele período. “Mesmo alguém que está externo à UFU pode ter uma curiosidade, às vezes até querer fazer um trabalho sobre isso; por exemplo: qual foi o cotidiano social que levou à criação de faculdades superiores”, declara o arquivista. 

Quanto ao processo de conservação dos arquivos, ele comenta que os documentos foram encontrados em caixas de papelão, junto de outros que já poderiam ser eliminados e, por isso, alguns arquivos apresentam marcas desse primeiro armazenamento. De acordo com Cunha, os documentos conservados passam por uma primeira higienização, além da troca das caixas. Por fim, são guardados em armários fechados (deslizantes), que protegem aqueles materiais da luz e da poeira, de forma que fiquem lacrados.

Arquivista entre o corredor de caixas de arquivo
Setor de Arquivo está localizado à Avenida Cesário Alvim, 1457, no centro de Uberlândia. (Foto: Milton Santos)

O Setor de Arquivo se localiza fora dos campi da UFU, por ocupar uma área grande, já que é onde se guarda toda a documentação acadêmica e administrativa da universidade, desde a criação até hoje. Contando, atualmente, com um acervo de mais de 40 mil caixas com arquivos de papel, em um espaço de 1400 m², o prédio do Searq, embora apresente alguns defeitos na estrutura, está em constante processo de melhoria, visando à segurança e à proteção desses documentos importantes para a história do ensino superior de Uberlândia.

 

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Palavras-chave: arquivos prefe história Memorial

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