Renata Neiva O evento Direitos humanos, arte e democracia: memórias e reflexões dos 50 anos do golpe civil-militar, organizado pelos grupos de pesquisa Democracia e Transição Política e Pétala (Pesquisa e Estudo do Teatro na América Latina) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), acontece de 2 a 6 de dezembro, no Bloco 5O, do Campus Santa Mônica.  A proposta do encontro é partir de considerações em torno da Ditadura Civil-Militar no Brasil. O foco das discussões é a proximidade dos 50 anos do golpe (1964-2014). A ideia é atualizar o debate sobre as implicações, consequências, desdobramentos e possíveis resquícios deste episódio para a história nacional, a partir do marco de três perspectivas: a da arte, da democracia e dos direitos humanos. Para os organizadores, a articulação destes três eixos cria uma imersão nos contextos da inviabilidade dos direitos da liberdade de expressão, da autonomia política e do exercício e reinvenção da democracia. Na abertura do evento, no dia 2 de dezembro, às 18 horas, foi apresentada a peça Postetad, dirigida por André Carreira. No encerramento, no dia 6, também às 18 horas, vai ser encenado o espetáculo Partidas do Grupo Tamboril de Teatro. As obras evidenciam diferentes formas de contato com a ditadura. A primeira trata de memórias esquecidas de crianças raptadas durante a ditadura na Argentina. O segundo espetáculo toma como mote de maneira explícita as relações entre o futebol e a ditadura militar, o final da Copa de 70 no México e os “anos de chumbo”, demonstrando de forma essencialmente contemporânea que nem o tricampeonato da seleção canarinho nem um possível hexacampeonato apagam as feridas deixadas. Estão programadas palestras com Paulo Ribeiro Rodrigues da Cunha, consultor da Comissão Nacional da Verdade, sobre 50 anos do golpe civil-militar e com o Coronel Bolívar Marinho Soares de Meirelles, que vai abordar a questão da perseguição de militares “de esquerda” durante o regime de exceção. Entre os painéis temáticos, estão temas como Memórias da ditadura em Uberlândia e Teatro e política. Além de exibição de filmes e realização de oficinas, o evento traz ainda mesas-redondas sobre Perseguição política, clandestinidade e exílio: desafios da esquerda brasileira durante a ditadura, Tortura, repressão e memória no teatro e Direito à verdade, legado autoritário e consolidação democrática. Entre os organizadores e convidados, estão os professores Antônio Almeida, Alexandre Garrido, Ana Said e Edilson Graciolli, que pesquisam os temas tratados no encontro, além daqueles que atuaram diretamente nos movimentos de resistência, como o professor Afonso Lana. Clique aqui para ver a programação. Mais informações no endereço eletrônico direitoarte50anosdogolpecivilmilitar.wordpress.com.