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Tecnologia

Lançado o Centro Nacional de Tecnologias para Pessoas com Deficiência e Doenças Raras, com sede em Uberlândia

Anúncio ocorreu no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência; novo espaço foi viabilizado graças a uma parceria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações com a Universidade Federal de Uberlândia

Publicado em 09/12/2020 às 10:24 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:29

Objetivo da parceria é promover políticas públicas que viabilizem inovações na área de Tecnologia Assistiva e às práticas esportivas paralímpicas. (Foto: MCTI/Divulgação)

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) promove, em Brasília, a 17ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, com exposição de Tecnologias Assistivas em virtude do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, comemorado no último dia 3 de dezembro, quinta-feira. A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) está sendo representada na exposição com 16 equipamentos que compõem o acervo do Centro Brasileiro de Referência em Inovações Tecnológicas para Esportes Paralímpicos (Cintesp.Br), que atua desde 2012 na universidade.

Voltado para apresentar soluções na área de Tecnologia Assistiva, aliadas ou não à Inteligência Artificial, com a exposição de equipamentos criados para todos que necessitam e, especialmente, para atletas paralímpicos, o evento começou no dia 7, segunda-feira, e prossegue até o próximo domingo (13/12). De antemão, o ministro Marcos Pontes, do MCTI, anunciou o lançamento do Centro Nacional de Tecnologias para Pessoas com Deficiência e Doenças Raras, que será sediado em Uberlândia. Estabelecido em uma parceria entre UFU, governo federal e o Grupo Algar Telecom, o novo espaço contemplará o desenvolvimento de tecnologias.

 

O Centro

Coordenadora-geral e diretora de Relações Públicas em Tecnologias Assistivas do Cintesp.Br, Daniela Moura afirma que o objetivo do Centro Nacional de Tecnologias para Pessoas com Deficiência e Doenças Raras é proporcionar um local dedicado à colaboração para autonomia, inclusão e qualidade de vida de todas as pessoas com deficiência ou com doença rara. “Vai trazer o desenvolvimento de Tecnologias Assistivas no esporte e também em termos de saúde, lazer e na vida diária das pessoas com deficiência ou doenças raras. E isso não apenas para a cidade de Uberlândia, mas como um centro para o país inteiro e, inclusive, capacitado até mesmo para trabalhar com ações internacionais”, comenta.

Cintesp.Br está instalado no Laboratório de Projetos Mecânicos da Faculdade de Engenharia Mecânica da UFU e também possui espaço na Arena Sabiazinho. (Foto: Daniela Moura)

No Brasil, são 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma delas é o paratleta Ariosvaldo Fernandes da Silva, conhecido como Parré, que faz parte da classe T53 do atletismo paralímpico - a que engloba cadeirantes com bom funcionamento de membros superiores, mas sem função abdominal. Ele destaca a importância da atuação do governo junto às universidades e instituindo políticas públicas voltadas ao paradesporto. “Esporte paralímpico precisa muito dessa tecnologia, porque é assim que a gente consegue desenvolver as modalidades”, reitera.

 

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

A exposição que ocorre até o próximo domingo, segundo Moura, é a mais importante no ano e faz com que a UFU, enquanto universidade, se destaque na área. Dentre os 16 equipamentos expostos e desenvolvidos pelo Cintesp.Br, o destaque é o lançamento do primeiro elevador de piscina com preço acessível. “É um marco muito grande para nós, tendo em vista que não há muitas universidades expondo nessa semana nacional. Estamos dividindo espaço, sobretudo, com empresas e startups que trabalham com essas inovações”, relata a coordenadora.

Parré, que já ganhou 11 medalhas em quatro Jogos Parapan-Americanos - sendo seis de ouro e cinco de prata -, é um dos parceiros responsáveis pelas avaliações dos protótipos produzidos pelo Cintesp.Br. O paratleta participa da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, a qual acredita ser uma forma de fomentar o esporte e a inclusão. “Meu papel no evento, basicamente, é tentar explicar para o público toda essa situação”, resume.

No momento, Parré se prepara para os Jogos Paralímpicos 2021, em virtude do cancelamento da edição de 2020 por conta da pandemia da Covid-19. (Foto: Alexandre Costa)

De acordo com Daniela Moura, o MCTI vem investindo fortemente no Cintesp.Br para o desenvolvimento de Tecnologias Assistivas para a próxima competição paralímpica. O Centro Paralímpico Brasileiro (CPB) já é um parceiro, com um acordo de cooperação para trabalhar com os paratletas e desenvolver dispositivos que são frutos da parceria. “Todos os equipamentos do CPB para os paratletas são importados. O Cintesp.Br vem desenvolvendo uma linha completa de equipamentos paralímpicos para que o Brasil detenha essa tecnologia, ao invés de gastar tanto com tecnologias importadas”, ressalta.

Para além do esporte, a educação inclusiva também é uma das preocupações do Cintesp.Br, que, em parceria com o Hospital do Câncer de Uberlândia, lança na exposição um livro lúdico visando à educação infantil. “É uma área nova do Cintesp.Br, em parceria com a universidade, que está atuando com a educação inclusiva com tecnologias e dispositivos para a educação que venham a agregar valores, com dispositivos em libras e braile”, informa.

 

Cerimônia do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência

A comemoração, que aconteceu no último dia 3 de dezembro, apresentou um balanço de ações do governo federal e anunciou outras novas iniciativas. Um novo investimento do MCTI no Cintesp.Br foi uma das medidas citadas. Ao todo, serão aplicados R$ 3,5 milhões na geração de competências em Tecnologia Assistiva e para melhoria da infraestrutura, tendo em vista a criação do futuro centro. Está prevista a finalização de 15 protótipos, sendo 10 deles alinhados com o CPB para a Paralímpíada de 2021 e cinco voltados para a vida diária das pessoas com mobilidade reduzida e doenças raras.

Reitor da UFU, Valder Steffen (primeiro, à esquerda), também participou da cerimônia. (Foto: MCTI/Divulgação)

Além disso, dois decretos com participação do MCTI foram assinados durante a cerimônia pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. O primeiro regulamenta o artigo 75 da Lei nº 13.146, de 6 julho de 2015, conhecida como "Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência" (LBI), para instituir as diretrizes do Plano Nacional de Tecnologia Assistiva (PNTA). Já o segundo trata da criação do Prêmio de Acessibilidade para reconhecer pessoas e instituições que atuam na defesa do direito das pessoas com deficiência.

 

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